Antigamente, quando a humanidade era jovem e os mares infinitos, conheci um caminho. Era um campo florido, estendido numa ponte solitária ao céu noturno que levava a uma árvore. No céu, havia três estrelas gêmeas. Quando elas morreram, eu chorei...
Antigamente, quando a humanidade estava a amadurecer e os mares findavam em uma queda infinita, conheci um caminho. Era feito de mármore encardido, uma ponte solitária ao céu diurno que levava a uma árvore. Não havia estrelas no céu, tampouco memórias de alguma. Na árvore pendia uma única fruta. Ela fedia a podre.
Antigamente, quando a humanidade era anciã e sábia, muito já havia conquistado e os mares finitos e curtos, conheci um caminho. Era um campo florido, lindo, como nos contos de fadas me haviam descrito. Infinito por todas as direções, mas depois de muito enveredar achava-se uma árvore. Aos pés dela havia muitas e muitas cruzes, mas a última sensação que tive foi a de acolhimento. Possuía muitas frutas, mas nenhuma delas detinha gosto. Deitei-me e tentei dormir, mas não consegui.
Antigamente, quando a humanidade já havia terminado seu propósito e os mares já não mais eram, conheci um caminho. Era feito de ossos, uma ponte solitária ao céu eterno, e num cavalo de siderita por ela cavalguei. Ela levava a uma árvore. Aos pés dela havia um homem que não possuía um rosto, mas que a mim contou uma história. O conto me deu medo, mas ainda assim dormi em conforto, como quando minha mãe me fazia dormir.
Isso foi antigamente.