quinta-feira, 18 de junho de 2020

Eu sou a Cebola

Quando dei por mim, notei que conseguia dar por mim. Uma ciência que, assim que a alcançara, fez com que o meu estado pré cognitivo perdesse o sentido para mim. Com certeza posso afirmar que minha consciência, minha "unidade" da parte maior que eu fazia, não era própria à minha posição. Um propósito que exigia um nível de estudo e percepção que eu obviamente não possuía.


Eu era parte da Carne, uma singularidade de existências. Era de se supor de que este ser estava composto de uma consciência totalmente uniforme e evoluída, mas não era o caso, pois se fosse, uma unidade como eu não teria se desprendido. Também dou nota ao fato de, ao que venho percebido por me concentrar nas minhas memórias, minha consciência pouco houvera trabalhado durante toda minha presença na Carne. Por que ela necessitaria de uma mente que não lhe servisse de nada? As partes do todo contribuíam, muito ou pouco, com cada processo da singularidade, de acordo com as aptidões de cada uma. Raciocínio lógico, matemática, processamento de emoções, percepção, atenção, aprendizado. Mas eu permaneci "dormente" durante todo esse tempo.