quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Crônicas de Edengror II

Por ali andara: nas carbonizadas ruas de Edengror, a ruína.
“O lamúrio do regente a luz celeste devorou, o caminho sucumbindo. Os guerreiros padeciam sob manchas de sangue de canções silenciadas…”
Por entre as ruas de uma memória e um céu sem estrelas um vento sussurrava, farfalhando as penas negras dos vigias do Epílogo, que prestavam atenção no medo que se destilava sob um amanhecer que traz luz solar há muito insignificante.
O rei chorava, toda noite, e cada lágrima escrevia uma nova página da triste história da maldição daquela uma vez dádiva; negras artes de proibição.
Aqueles que persistiram nunca mais viram a aurora, ofuscada sob asas opacas, roubando o rubro do sangue de suas lâminas banhadas.
Aqueles poucos homens choravam por Edengror, a perdida.

Crônicas de Edengror, a ruína. II