segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O Outro Eu (Outra ver.)

Ando conhecendo a miséria, sorrindo para a conformidade, saindo com o cinismo, namorando a frivolosidade e fodendo a misantropia.
Homo homini lupus. Tornei-me um ser de ódio incomensurável.

Oi, oi... Pare de se dissociar de mim, senhor. A realidade são todos os pontos de vista ao mesmo tempo e nada é pleno. Leve-me e sinta os braços envolventes de Cristo. Até agora tenho odiado o senhor um pouco mais a cada dia, pintando um quadro gradativamente... Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel, num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu. Vai voando, contornando a imensa curva norte e sul, vou com ela, viajando, Havaí, Pequim ou Istambul...
Entusiasmante. Desligue essas drogas de luzes e jogue esse livro fora. Você só sabe ler histórias desse gênero? O rapaz vai ficar com a mocinha, hahaha...
Eu sei o final!
Bom, você tem mais o que fazer do que ler histórias as quais você já sabe o final.
Você insiste em sumir. É isso que encharca o meu pincel! Você é um covarde, parece um fantasma. Todos tem medo, mas você sabe que quem diz ter o feito mal não bate bem da cabeça. Detesto você. Você deveria me beijar. 
O sentimento é mútuo, meu caro. 
Vamos fazer um Tratado. Fique com tudo, menos a parte de beijar apóstolos como Cristo. Eu quero amar. Todo mundo tem medo de amar, mas eu... Beijos. Precisaríamos da Lança do Destino? Do definitivo Estado?
Faça o que vo...
Ele acordou.
Droga, cuide dele.
Eu? Você, por um acaso, é um político?
Não. Não. Faça o que lhe ordeno.
Vocês... Não vão vencer. Ainda alimento o lobo bom.
Mas você vai morrer, alimentando-o com a sua própria carne. Nada pessoal, é só um conselho. Só não pense em se tornar um político, se não você não vai ter apóstolos.
Beije-os. Beije-os...

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