sábado, 28 de novembro de 2015

Dama

Quando a dama segurou sobre o seio
Um anfitrião de uma cidade ao céu,
Beijou os seus olhos e, conhecendo o anseio,
Mentiu para si e envolveu-se num véu.

Quando a dama viu uma cidade
Por qual peregrinos passaram
Chorou em silêncio, sentindo vontade
De saber o que almejavam.

E pôs-se, inquisitiva, erguida
Diante de um mar cristalino,
E viu-o resplandecer com a imagem refletida
De um devaneio selvagem repentino.

E o rouxinol, tranquilo, cantou
E a cidade morta adormeceu;
A dama, sob seus olhos espreitou
E sonhos falecidos homenageou.

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