quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Hino das Oscilações

A instabilidade mais aterrorizante é aquela que casa com a estabilidade. Particularmente.



Adversidade curiosa: soou um agouro previsível, mas em molde e capricho de canção. 
Fitando uma límpida infinidade de marés, pensa-se nos tantos romances a tantas coisas que possam se manifestar e fazer sentido. O nojo por aquela canção, em contraste, só era realçado. Fossa de merda. Fui educado, entretanto.
"O que você tem para mim hoje?"

Então.
Bem vindo, velho amigo, velho inimigo,
A luz fosca refratada no mar finito;
Velho inimigo, novo amigo,
Velha canção, velho mito.

O que tens para mim?
O que tens para mim?
Nada a ti ofereço.
Conquanto aqui estás, com um bom preço,
Mas sua luz não resplandece tanto assim;
Como um caçador violando animais por marfim.
Como um sem esperança contempla o fim.

Novo inimigo, velho amigo,
Tenho um plano esquisito.
Na beira do Rio, com qualquer instrumento,
Lá se roga um canto maldito.
E, sim, será malandragem.
Que apenas as águas ocas ouçam o choramingo.
Não ofereça passagem. Não ofereça viagem.
Sei o quanto tu desmedes tua dosagem.

Velho amigo, velho inimigo,
Novo inimigo, novo amigo,
Velho hóspede, novo rosto,
Desmembrado, desmantelado,
Guerreiro. Assassino.
Seja visto como tu és.
Como tu serás.
Como tu sempre serás.

Sempre estarei aqui.
Contudo, eu estarei aqui.

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